domingo, abril 27, 2008

INDÚSTRIA NAVAL EXIGE ATENÇÃO DO CONGRESSO.

23 DE ABRIL DE 2008 - 18h48
Indústria naval exige atenção do Congresso, diz Valentim
O Brasil possui 42 mil quilômetros de rios navegáveis oito mil quilômetros de costa e 65% da população morando a 100 Km do litoral, com 95% do comércio feito por transporte marítimo, fazendo girar volume de recursos de cerca de 70 bilhões de dólares. “Um assunto com essa importância merece posição afirmativa e mais presente do Congresso Nacional”, disse o deputado Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), ao lançar, na tarde desta quarta-feira (23), na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Marítima.
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Costa brasileira é comparada à Amazônia
Ministros, empresários, parlamentares e trabalhadores que se reuniram na solenidade de lançamento da Frente, confirmaram as palavras do coordenador da Frente. O país, que já foi o segundo maior construtor de navios do mundo, quer agilizar a construção de novos navios, modernizar a frota da Marinha brasileira e reduzir a carga tributária do setor. Esses são os desafios, citados por Valentim, que a Frente Parlamentar se propõe superar.
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Para o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, concordou com o parlamentar de que é importante aproveitar o momento atual de crescimento econômico do país para desenvolver ações que fortaleçam a indústria marítima, criticando a opção do Brasil pela matriz de transporte rodoviário, que é mais caro.
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“Essa Frente vem na hora certa para indústria naval”, afirmou, destacando que “o Brasil, que tem nos mares o grande canal de comunicação com o mundo, não tem alternativa – tem que ter navio. Da necessidade de ter navio tem que optar em ter próprio ou de terceiros e arcar com as conseqüências”.
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Para o dirigente da Transpetro, a escolha entre ter ou não ter frota própria significa visão estratégica, soberania e autonomia, que permite ampliar o mercado. Ele lembrou que não é por acaso que os países que detém 50% do comércio, tem 72% da frota.
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O comandante da Marinha, Almirante Moura Neto, participou do evento representando o Ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele, a exemplo dos demais oradores, destacou a importância da frente parlamentar. "A Frente vem no momento certo para que possamos enfrentar nossos gargalos, que são muitos.
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Ele disse ainda que “temos que aproveitar o bom acolhimento dessa idéias pelo Governo Federal e pela Câmara dos Deputados e transformar nossas boas idéias em ações concretas, para que possamos diminuir nossa dependência externa e construir uma frota genuinamente nacional”.
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Interesse nacional
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O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), cumprimentou o deputado Edmilson Valentim pela iniciativa de formar a frente parlamentar, destacando que a frente parlamentar traz experiência dos parlamentares e da sociedade e aproxima a Câmara dos interesses nacionais. Segundo ele, ao contrário do Parlamento, em que se busca fortalecer partidos e ideologias, a frente parlamentar nega diferenças políticas, partidárias, ideológicas e trabalha por pautas.
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“Esse é o exercício que o parlamento deve praticar para que possamos dar dimensão daquilo que é ou não interesse do país”, afirmou, destacando que “na Frente, trabalhamos unidos e isso nos ensina que quando a causa é justa a gente se une”.
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Do ponto de vista de direito nacional, Chinaglia disse que a ampliação da frota marítima brasileira, que já a segunda maior do mundo, “atende solução de transporte, de logística do país, gera emprego, fortalece economia e, pela extensão das águas brasileiras, representa até questão de segurança nacional”.
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Estimulado pela palavras de apoio, Edmilson Valentim chamou a todos para se somar à Frente, como a indústria de pesca, de marítima náutica, e enxergar o setor pela importância econômica que possui. Ele lembrou a existência do Fundo de Marinha Mercante, criado há 50 anos, que pode representar grande instrumento para ao desenvolvimento do setor. E propôs como primeira ação da frente parlamentar a realização de um seminário para discutir o uso efetivo do Fundo na retomada da indústria marítima.
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De Brasília Márcia Xavier
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