segunda-feira, abril 28, 2008

ENTREVISTA COM O CORONEL USTRA - FINAL.

Entrevista com o Coronel Ustra - Final
por Félix Maier em 08 de junho de 2006
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Resumo: Na parte final de sua entrevista ao MSM, o Coronel Brilhante Ustra relata detalhes de seu novo livro e do chamado "Projeto Orvil", detinado a contar a história do combate ao terrorismo comunista nos anos 60 e 70.
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© 2006 MidiaSemMascara.org
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MSM - Devido ao excelente currículo militar, o Sr. foi agraciado com a nomeação para a Aditância Militar no Uruguai. O destino final normal de um adido é o generalato. O Sr. acha que foi prejudicado na promoção a general devido à acusação mentirosa de Bete Mendes?
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Coronel Ustra -
Não, não é bem assim. O generalato é uma conseqüência de vários fatores que são avaliados pelo Alto Comando. Não há como saber se eu seria promovido se não houvesse o escândalo Bete Mendes.
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MSM - Qual o objetivo do seu mais novo livro, "A Verdade Sufocada", que o Sr. tempos atrás chamou de "Rompendo o Silêncio II", durante a fase da elaboração da obra?
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Coronel Ustra -
A minha real intenção foi mostrar aos que não viveram essa época e que estão com a "cabeça feita" por setores da mídia que endeusam os "heróis de hoje", a verdadeira história que aconteceu no Brasil.
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MSM - Há algum trabalho de distribuição do seu novo livro? Como as livrarias estão se portando frente a "A Verdade Sufocada"? E a mídia, como recebeu a obra?
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Coronel Ustra -
A mídia, inicialmente ignorou o livro. Nem para falar mal... De início tive muita dificuldade. Mas, graças a Internet, a amigos, a jornalistas democratas, a venda do livro está sendo um sucesso. Em menos de 45 dias já vendi mais de 4.000 exemplares. No lançamento em Brasília foram 484 e no lançamento, em São Paulo, outros 1.225 livros. E, em conseqüência deste lançamento, no dia seguinte vendi mais 300. Agora, algumas livrarias já estão vendendo A Verdade Sufocada: a Livraria Nobel de São Paulo; a livraria Cultura em São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Recife e a Livraria Saraiva que possui 33 livrarias no Brasil. E nós, continuamos vendendo pela internet, para o interior, onde as livrarias não têm filiais.
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MSM - O que foi o "Projeto Orvil"?
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Coronel Ustra - O "Projeto Orvil" foi um trabalho desenvolvido por oficiais do então Centro de Inteligência do Exército. Tinha por principal objetivo mostrar ao público a verdadeira história do combate à subversão. Seria a palavra oficial do Exército. Foi um trabalho profundo junto a delegacias, a arquivos do STM. Foram pesquisados milhares de documentos entre eles, declarações do próprio punho de presos, com confissões de crimes e delações de companheiros. Tenho cópias de parte desse material espalhadas com companheiros, até no exterior. Existe material para outro livro.
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MSM - O Sr. considera que seu livro "A Verdade Sufocada", junto com "A Grande Mentira", de autoria do general Agnaldo Del Nero Augusto, é o "Orvil" atualizado e finalmente impresso?
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Coronel Ustra –
Não. Alguns dados do meu livro foram baseados no Orvil. Outros, na minha vivência como comandante do DOI. O general Del Nero foi o coordenador do Projeto Orvil.
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MSM - O conceito de "indenização" foi se tornando cada vez mais elástico nos últimos anos, de sorte que o sertão da Bahia virou dependência policial (caso Lamarca), assim como as ruas de São Paulo (caso Marighela). Até o "perseguido político" Carlos Heitor Cony recebeu uma indenização milionária, de R$ 1,5 milhão, além de uma aposentadoria mensal equivalente ao salário de um ministro do STF. O Sr. tem idéia de quantos "desaparecidos", "perseguidos", "aparecidos" e familiares já receberam indenização do Estado brasileiro? E qual o valor dessas indenizações?
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Coronel Ustra -
Foram criadas tantas leis para beneficiar esse pessoal, que é difícil descrevê-las. Há leis que beneficiam os familiares dos mortos; há leis que beneficiam os que estiveram presos e que se dizem torturados; outras que beneficiam os que fugiram para o exterior, enfim leis para todos os gostos. Provavelmente as indenizações retroativas chegarão a mais de 4 bilhões de reais, fora as pensões mensais, algumas em torno de R$ 20 000,00. Ainda existem 28.000 pedidos a serem julgados. O próprio Fernando Henrique criticou a
farra das indenizações, iniciada em seu governo e ampliada no governo Lula.
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MSM - No "I Encontro", foi notada a presença do general Sylvio Ferreira da Silva, andando com dificuldade, apoiado em uma bengala, em conseqüência dos graves ferimentos que sofreu no atentado terrorista realizado no Aeroporto de Guararapes, em Recife, no dia 25 de julho de 1966, ocasião em que, além de mais de uma dezena de feridos, morreram o almirante Nelson Fernandes e o jornalista Edson Régis. Aquele ato marcou o início do terrorismo no Brasil. Essas vítimas ou suas famílias receberam algum tipo de indenização do Estado?
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Coronel Ustra -
Nenhum dos nossos feridos, cerca de 330 feridos gravemente, receberam indenização. Dos
120 mortos, em conseqüência dos atos terroristas, somente aos familiares de Mario Kozel Filho foi concedida uma pensão irrisória. Enquanto isso o Ministro da Justiça queria promover Apolônio de Carvalho a General e a Comissão deu à família de Lamarca uma pensão de coronel, pois ele se não tivesse desertado, poderia chegar ao posto de coronel. Já o Tenente Mendes, assassinado a mando de Lamarca, recebe a pensão de tenente. Não interessa que se ele não tivesse sido assassinado, poderia chegar ao posto de coronel. Dois pesos e duas medidas.
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MSM - Há inúmeros "memoriais" construídos no País para lembrar a vida e a obra de terroristas e traidores da Pátria, como o "soviético" Luis Carlos Prestes e Carlos Marighela, o ideólogo do terror. Há algum projeto de construção de museu ou memorial para lembrar os crimes cometidos pelos terroristas no Brasil?
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Coronel Ustra -
Nesse governo, onde tivemos e ainda temos vários ex-subversivos, ex-terroristas em postos-chaves?
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MSM - O objetivo principal traçado no "I Encontro" é trabalhar dia e noite para que Lula não seja reeleito, enfim, para que o "sapo barbudo" volte para o brejo de onde nunca deveria ter saído. Existe, porém, algum candidato palatável, já que todos os presidenciáveis se apresentam como sendo "de esquerda"?
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Coronel Ustra -
No Brasil ninguém se intitula de direita, como se isso fosse um erro imperdoável. Não temos portanto nenhum candidato que assuma essa lacuna. Temos que evitar que essa esquerda retrógrada continue no poder e que leve o país ao atraso e ao populismo.
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MSM - Apesar das denúncias cada vez mais graves e numerosas contra o governo Lula, este consegue a proeza de subir ainda mais nas pesquisas eleitorais. Como o Sr. explica tal paradoxo? O brasileiro comum também se tornou mafioso, a exemplo do governo atual?
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Coronel Ustra -
Não, o brasileiro esclarecido não compactua com esse mar de lama. O problema é uma parcela do povo que não tem acesso a informações e que está sendo enganado com cestas básicas, vale-gás e outras migalhas que o governo oferece. O que o povo precisa é de educação, saúde e emprego. O que o povo precisa é desenvolvimento para gerar empregos e o cidadão se sentir valorizado pelo seu próprio trabalho. O povo não precisa de esmolas.
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MSM - Fernando Collor caiu devido à falta de explicações para a compra de uma perua Fiat Elba. O governo petista, em seu objetivo "rumo ao socialismo", já desviou mais de R$ 1,2 bilhão, como o Sr. afirma em seu novo livro, à pg. 533, baseado em dados obtidos pelas CPIs. O filho de Lula recebeu uma bolada de R$ 15 milhões da Telemar, equivalente a mais ou menos 500 Fiat Elba. Por que a OAB e a ABI, que iniciaram processo de impeachment contra Collor, ainda não iniciaram processo semelhante contra o verdadeiro e único chefe do mensalão?
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Coronel Ustra -
Diferença crucial no atual momento brasileiro: Collor representava a "elite burguesa", como eles dizem e o Lula se passa por um representante dos pobres. Um era de direita e o outro se diz de esquerda.
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MSM - Pode-se considerar Lula mais poderoso que Getúlio Vargas e Emílio Garrastazu Médici: não tendo contra si o desgaste de presidir uma "ditadura", tem o amplo e irrestrito apoio de "falanges" como a CUT, a UNE e o MST (considerado o "braço armado do PT"), além do apoio do próprio partido e dos partidos aliados, que realizam "passeatas a favor" do presidente, quando deveria ser o contrário. Por que essa situação surrealista ocorre no Brasil?
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Coronel Ustra -
Getúlio era populista e Lula também é, por isso o índice grande de popularidade dos dois.
Agora, Médici, apesar da "ditadura", do que dizem da repressão no seu governo, chegou a um índice de popularidade de 67%. Se fosse candidato a presidente seria reeleito, com grande margem de vantagem sobre qualquer candidato e sem o apoio de nenhum sindicato.
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MSM - Quais foram os acertos e os erros da Contra-Revolução de 1964, que o Sr. defendeu honradamente, com risco da própria vida, recebendo, com justiça, a Medalha do Pacificador com Palma?
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Coronel Ustra -
Eu acho que o grande erro da Contra-Revolução de 1964 foi não ter feito uma eleição direta ainda no governo Médici. Outro erro, e esse a meu ver o mais grave, foi a falta de uma política de esclarecimento ao povo do porquê da Contra-Revolução de 1964. A falta de comunicação e o silêncio das autoridades fizeram com que gerações fossem tendo uma noção totalmente distorcida do que se passou no Brasil nesse período.
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MSM - O que o Sr. diria aos mais jovens a respeito da história recente do Brasil, tão deturpada pelas esquerdas, que enaltecem Fidel Castro e Che Guevara nas escolas e satanizam as Forças Armadas que as combateram? Jovens esses tão ou mais desinformados que aquele general brasileiro que disse que o papel das Forças Armadas durante a Contra-Revolução iniciada em 1964, foi apenas uma "ação paralela", sem nenhuma importância?
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Coronel Ustra -
Eu diria aos jovens que se dêem a oportunidade de conhecer o outro lado da história. Que leiam, com isenção, o que dizem os dois lados.
E aos que conhecem a história verdadeira, que escrevam, contem suas vivências. Não podemos deixar que as mentes de nossos jovens sejam contaminadas por versões mentirosas, nem que eles se passem por defensores da democracia. O que eles queriam era nos impor pela força, um regime comunista nos moldes do que Fidel Castro impõe aos cubanos até os dias de hoje.
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O livro "A Verdade Sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça", Editora Ser, Brasília, 2006, de 541 pg., foi lançado no Iate Clube de Brasília, no dia 11 de abril de 2006. Ao custo de R$ 45,00, o exemplar pode ser adquirido via telefone: (61) 3468-6576, por e-mail: averdadesufocada@terra.com.br, ou pelo correio: Carlos Alberto Brilhante Ustra - Caixa Postal 701 - Agência Lago Norte - CEP 71510-970 - Brasília/DF.
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