quinta-feira, novembro 04, 2010

COLÔMBIA

ELN pede que Unasul seja mediadora de diálogo de paz na Colômbia
Em vídeo, líder da segunda maior guerrilha do país diz que presidente pode ofertar 'caminho de paz'
03 de novembro de 2010 | 20h 16

Efe
Atualizado às 20h48

BOGOTÁ- A guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN), a segunda maior da Colômbia, pediu nesta quarta-feira, 3, que a União de Nações Sul-americanas (Unasul) "acompanhe" a busca de paz no país, ao pressionar o governo presidido por Juan Manuel Santos a "oferecer um caminho" que encerre o conflito armado interno.

O governo, por sua vez, pediu que a organização demonstre com "atos" a renúncia ao terrorismo e ao sequestro como passo prévio para iniciar um processo de paz.

A resposta é que necessitamos de atos, que estejam dirigidos a dizer 'não continuamos sequestrando, não continuamos desenvolvendo ações terroristas", disse o vice-presidente Angelino Garzon a jornalistas. "Dizemos a eles: menos palavras e mais atos", acrescentou.

"Hoje a paz é uma exigência", afirmou Nicolás Rodríguez Bautista, conhecido como "Gabino" e chefe máximo do ELN, em um vídeo postado em 31 de outubro na página da web do grupo e divulgado hoje pela imprensa local.

"Dizemos ao governo de Santos que tem o caminho de ofertar ao país um caminho até a paz", declara "Gabino", que também pede que o presidente faça "viáveis" as transformações estruturais das quais a Colômbia precisa.

O extenso comunicado lido pelo chefe guerrilheiro no vídeo destaca, além de tudo, que o ELN "quer retomar a construção de um caminho de paz com a participação de todos os colombianos", por meio de um processo que "poderia ser concluído com uma assembleia constituinte".

"Reafirmamos à Unasul a solicitude de acompanhar a busca da paz na Colômbia. Consideramos de necessário equilíbrio e justeza política que os pedidos da ELN sejam escutados", acrescenta o chefe guerrilheiro.

"Após oito anos de hecatombe uribista (em referência ao ex-presidente Álvaro Uribe) e de rebaixamento aos gringos, os colombianos estamos obrigados a construir um caminho até a paz", insiste.

O ELN, com 1.500 combatentes, é a segunda guerrilha no país atrás das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que contam com cerca de 8.000 guerrilheiros, segundo autoridades do governo.

Em agosto, as Farc também pediram em uma "carta aberta" à Unasul" que convocasse uma assembleia para exporem sua "visão" sobre o conflito armado colombiano.

Essa solicitação, nem sequer analisada pelo órgão, foi rechaçada de imediato pelo governo Santos, que indicou que não aceitará intermediários para possíveis gestões de paz com as guerrilhas.

Desde que assumiu a presidência em agosto, Santos comentou em várias oportunidades que a porta do diálogo com as guerrilhas "não está fechada com chave", sempre que estas abandonem o terrorismo e o sequestro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário