sábado, outubro 30, 2010

POLÍTICA

OS PRESIDENTES DO BRASIL NA ERA REPUBLICANA
30 de outubro de 2010 | 0h 00

- O Estado de S.Paulo

Desde 1889, só 9 chefes de Estado receberam o mandato do antecessor eleito e igualmente o repassaram a um sucessor escolhido nas urnas, incluídas as duas reeleições.

Os presidentes indiretos

Deodoro da Fonseca
Proclamou a República em 15 de novembro de 1889 e chefiou o governo provisório. Em 25 de janeiro de 1891, foi eleito presidente pelo Congresso Constituinte. Deodoro enfrentou grave crise política e econômica - e resistência no meio militar. Reagiu a uma tentativa do Congresso de limitar seus poderes dissolvendo-o. Renunciou em 23 de novembro, sob pressão da 1.ª Revolta da Armada.

Floriano Peixoto
Vice de Deodoro assumiu após a renúncia do titular e enfrentou duas rebeliões: a 2.ª Revolta da Armada, resultado de conflitos entre o Exército e Marinha, no Rio de Janeiro, e a Revolução Federalista, iniciada no Rio Grande do Sul. Para manter a ordem, recorreu ao estado de sítio, enquanto tentava organizar as instituições republicanas. Governou até 15 de novembro de 1894.

1894

Prudente de Morais
Foi o primeiro presidente eleito diretamente, batendo Afonso Pena. Sua vitória levou ao poder a oligarquia cafeicultora paulista.

Prudente recebeu 276.583 votos
2,2% da população votou
População: 15,5 milhões

1898

Campos Sales, ex-governador de São Paulo, marcaria seu mandato pelo combate à inflação, à desvalorização da moeda e renegociação da dívida externa.

2,7% da população votou
Sales recebeu 420.286 Votos

1901

Num período de dificuldades econômicas, safra de 1901 dá ao Brasil monopólio da produção mundial de café - responsável por 65% das nossas exportações.

População: 17,1 milhões

1902

Rodrigues Alves
adotou na capital da República um ousado programa de reurbanização e saneamento, em meio a surtos de febre amarela e varíola. A vacinação obrigatória causou uma revolta popular em 1904.

Alves recebeu 592.039 votos

1903

Brasil e Bolívia assinam o Tratado de Petrópolis, negociado pelo barão do Rio Branco, pelo qual o Acre é incorporado ao território brasileiro em troca de 2 milhões de libras e da construção da ferrovia Madeira-Mamoré.

3,4% da população votou
População: 18,7 milhões

1906

O mineiro Afonso Pena manteve o programa de reaparelhamento de ferrovias e portos do seu antecessor e reorganizou o Exército.

1,4% da população votou
Afonso Pena recebeu 288.285 votos

1909

O presidente Afonso Pena morre antes de concluir o mandato. O vice Nilo Peçanha assume e governa até o ano seguinte.

População: 20,4 milhões

1910

Hermes da Fonseca foi o primeiro militar a chegar à Presidência pelo voto direto. Gaúcho, pôs fim à alternância de poder entre paulistas e mineiros. Criou a faixa presidencial por decreto.

Hermes da Fonseca recebeu 403.867 votos
População: 22,2 milhões

1913

Após esmagar a Revolta da Chibata, motim de marinheiros, Fonseca decretou estado de sítio no Rio para conter os distúrbios causados pela deportação de sindicalistas estrangeiros envolvidos em greves.

3,2% da população votou

1914

Venceslau Brás assumiu após bater nas urnas Rui Barbosa. Adotou política econômica austera e promulgou o primeiro Código Civil brasileiro.

Brás recebeu 532.107 votos
2,4% da população votou

1918

Rodrigues Alves é novamente eleito presidente, com 99% dos votos, mas contrai a gripe espanhola e não chega a tomar posse. Morreria no ano seguinte.

População: 24,1 milhões

1919

O vice Delfim Moreira assume, mas também enfrenta problemas de saúde; na prática, o governo é exercido pelo ministro da Viação e Obras Públicas, Afrânio de Melo Franco

1919

Epitácio Pessoa enfrentou greves operárias e três rebeliões militares, incluindo a Revolta do Forte de Copacabana, após a prisão do marechal Hermes da Fonseca

Pessoa recebeu 286.376 votos
População: 26,8 milhões
1,5% da população votou

1922

Artur Bernardes enfrentou a oposição das revoltas tenentistas e do movimento operário. O Brasil ficou em estado de sítio durante os quatro anos de seu mandato.

Bernardes recebeu 466.877 votos
2,9% da população votou

1924

Tropas do governo sufocam levante tenentista em São Paulo: 505 mortos e 5 mil feridos. No ano seguinte, os rebeldes se reuniriam na Coluna Prestes.

População: 28,5 milhões

1926

Eleito em chapa única, Washington Luís governou livre do movimento tenentista.
Mas passou boa parte do mandato em disputas políticas que acabariam por derrubá-lo.

1929
Washington Luís impôs o paulista Júlio Prestes como candidato à sucessão. Gaúchos e mineiros decidiram lançar Vargas.

Com o crack da Bolsa de Nova York, desaparecem os compradores de café. A lavoura entra em crise.

2,3% Porcentual de votantes
30,9 milhões
O eleito obteve 628.528 Votos

1930

A crise política se agrava com a eleição de Júlio Prestes. Em março, ele bate Getúlio Vargas nas urnas. Em outubro, antes da posse, Vargas assume após golpe com apoio militar.

Prestes recebeu 1.091.709 Votos
População: 33,5 milhões
5,7% da população votou

1930

Governo provisório
Junta militar que depôs Washington Luís, formada pelos generais Tasso Fragoso e Mena Barreto e pelo almirante Isaías de Noronha, fica uma semana no poder. Pressão popular e de movimentos militares de Minas Gerais e Rio Grande do Sul leva a junta a entregar o poder a Getúlio Vargas.

1932

Legislação eleitoral Criados o primeiro Código Eleitoral e a Justiça Eleitoral. Foi instituído o voto secreto, o voto feminino e o sistema de representação proporcional. Pela primeira vez, a legislação eleitoral fazia referência aos partidos políticos, mas ainda era admitida a candidatura avulsa. O Código já previa o uso de máquina de votar, só efetivado mais de 60 anos depois.

1933

Constituição nova
Após a Revolução Constitucionalista de 1932, foi eleita nova Assembléia Constituinte. Parte dos constituintes foi indicada por líderes sindicais. Vargas é eleito presidente da República.

1935

Intentona
Militares ligados à Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente popular extinta por Vargas e ligada ao Partido Comunista, tentam iniciar uma revolução no Rio, no Recife e em Natal. Após ser sufocada, houve intensa repressão.

1937

Ditadura
Vargas
comanda golpe que fecha o Congresso, dissolve os partidos e põe fim à autonomia estadual. Estado Novo duraria até 1945.

1945

Golpe militar
Vargas marca eleições presidenciais, mas rumores de que adiaria pleito levam militares a derrubá-lo. José Linhares, presidente do STF, fica no cargo até janeiro de 1946.

1945

A eleição de Eurico Gaspar Dutra marca a volta do regime democrático, interrompido em 1930. País ganha nova Constituição e Dutra estreita laços com EUA.

13,4% da população votou
População: 46,2 milhões
Dutra recebeu 3.251.507 Votos

1950

Eleito pelo voto direto após bater Eduardo Gomes, Getúlio Vargas adotou uma política econômica de cunho nacionalista e de forte apelo popular.

1954

Plano de estabilização econômica fracassa e, isolado, Vargas suicida-se. Vice Café Filho assume, mas, doente, afasta-se do cargo no ano seguinte.

1955

Carlos Luz, presidente da Câmara, assume e cai três dias depois, acusado de conspirar contra posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek.

Getúlio recebeu 3.849.040 votos
5,9% da população votou
51,9 milhões

1955

Juscelino Kubitschek recebe a faixa de Nereu Ramos, presidente do Senado, e faz gestão desenvolvimentista marcada pela inauguração de Brasília, a nova capital, em 1960.

JK recebeu 3.077.411 votos
População: 58,4 milhões
15,6% da população votou

1961

Eleito com ampla votação, Jânio Quadros renuncia sete meses depois. O vice, João Goulart, só assume após acordo que adotou parlamentarismo.

Jânio recebeu 5.636.623 Votos

1963

Única experiência parlamentarista da era republicana termina após Goulart conseguir antecipar plebiscito, que aprova volta do presidencialismo. Goulart reassume poderes presidenciais, mas é deposto pelos militares no ano seguinte.

17,8% da população votou
População: 70,1 milhões

1964

Interino
Ranieri Mazzilli
, presidente da Câmara que havia assumido a Presidência por duas semanas após a renúncia de Jânio, em 1961, volta a ocupar interinamente o cargo com a queda de Goulart, desta vez por 13 dias, enquanto os militares escolhiam o sucessor.

Ditadura militar
Cinco generais presidentes eleitos indiretamente - Castelo Branco, Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo -, e uma Junta Militar por breve período, governaram o Brasil durante o período de exceção, de 1964 a 1985.

1985

Nova República
O oposicionista Tancredo Neves derrotou Paulo Maluf em eleição indireta, no Colégio Eleitoral, mas não tomou posse, por motivos de saúde, e morreu em 21 de abril.
O vice, José Sarney, chefiou até 1990 o último governo eleito
por voto indireto.

1963

Única experiência parlamentarista da era republicana termina após Goulart conseguir antecipar plebiscito, que aprova volta do presidencialismo. Goulart reassume poderes presidenciais, mas é deposto pelos militares no ano seguinte.

1988

Em 5 de setembro é promulgada nova Constituição, aprovada por uma Assembleia Nacional Constituinte. É a volta do Estado de Direito.

Collor recebeu no 2º turno
35.085.457 votos

1989

Eleito após bater Lula, Fernando Collor confisca a poupança - mas fracassa em sua cruzada para debelar a inflação.

1992

Acusado de participar de um esquema de corrupção, Collor é deposto pelo Congresso.
O vice Itamar Franco assume e, com a adoção do Plano Real, derruba a inflação.

População: 146.857.800
45,04% da população votou

1994

Impulsionado pelo sucesso do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente no primeiro turno.

Fernando Henrique recebeu
34.362.726 votos

1997

Congresso Nacional aprova emenda constitucional do governo, instituindo a reeleição

40,46% da população votou
População: 156.430.949

1998

Fernando Henrique Cardoso tornou-se o primeiro presidente reeleito da história do Brasil, vencendo no primeiro turno.

Fernando Henrique recebeu
35.936.540 Votos

1999

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, anuncia ruptura na política cambial e desvalorização do real.

População: 166.252.088
40,73% da população votou

2002

Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro metalúrgico eleito presidente do Brasil, derrotando o tucano José Serra no segundo turno.

Lula recebeu 52.772.475 votos no 2.º turno

2005

Escândalo do mensalão compra de voto parlamentar em troca de apoio, abre crise no governo Lula

População: 173.501.227
49,66% da população votou

2006

Lula é reeleito, novamente no segundo turno.

Lula recebeu 58.295.042 votos no 2.º turno
População: 186.020.850

2010

Após reativação da economia, Lula bate recorde de popularidade

51,52% da população votou


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