sábado, janeiro 23, 2010

A LEI DE ANISTIA E A AJUDA HUMANITÁRIA AO HAITI

A LEI DE ANISTIA E A AJUDA HUMANITÁRIA AO HAITI

 
O lamentável terremoto ocorrido no Haiti, com milhares de óbitos, talvez seja uma resposta a quem ainda nutre ódio e clama por divisões de classes aqui no Brasil.

Quando percebemos que criaturas com instintos de abutre e hiena, na calada da noite, alterarem o 3º Programa Nacional dos Direitos Humanos, após um acordo tácito, e induzirem o Excelentíssimo Sr. Presidente da República dar sua chancela, com o único objetivo de “caça às bruxas”, realmente constatamos que ainda há brasileiros (se é que podemos chamá-los assim) encastelados no Governo com o propósito de vingança.

Argumentos de que o passado deve ficar a descoberto, com visibilidade à posteridade, é pífio. A história é montada em cima de fragmentos de escritos e documentos oficiais, postados em obras literárias, cujo conteúdo, de acordo com seus autores, serve de base ao entendimento do passado. O próprio Arquivo Nacional reúne matérias que documentam e identificam fatos remotos.

Afora isso, a técnica pedagógica Gramista, adotada nas Escolas de 1° e 2° graus, covardemente ministrada em sala de aula e grafada em livro escolar, através do ensino da História, já é o suficiente para deturpar os feitos dos nossos vultos e patronos.

O olhar enviesado dos autores dessas artimanhas comprava que estão na contramão dos acontecimentos. É enxergar o Brasil pelo retrovisor. Rever intercorrência do nosso Exército Brasileiro, não considerando atitudes violentas, praticadas por outrem alheio à ordem vigente na época, como por exemplo, assalto a banco, assassinatos, seqüestros, atos terroristas, enfim, é legislar em causa própria. Querer anular a lei da anistia que lhes proporcionou e garantiu ocuparem postos chaves no Governo, é trair acordos legais, anteriormente estabelecidos por situação e oposição. Em suma, é enganar o Chefe maior da Nação, por falta do assessoramento leal, criando uma crise política. Em qualquer empresa ou organização militar, até onde entendemos por ordem e hierarquia, a Direção determinaria a imediata apuração dos fatos, através de uma auditoria, mesmo que o suspeito fosse um “subordinado amigo”, para não dizer um “conhecido companheiro”.

Mas a fatalidade do destino, com o trágico terremoto do Haiti, realça a tradicional atuação das Forças Armadas, somado ainda a um de seus maiores índices de aceitação, junto à Sociedade Brasileira.

O aprestamento da tropa, a disponibilidade dos meios aéreos, a eficiente logística de gêneros e remédio, a capacidade de organização, o profissionalismo militar são respostas aos “rufões raivosos”.

Olhar o movimento de militares, ouvir depoimentos de oficiais e graduados sobre suas iniciativas no Haiti, perceber posturas sensatas diante da tragédia é mostrar o grau de grandeza de uma Instituição, as Forças Armadas, que só orgulho dá ao povo.

O sofrimento de pais, mães, esposas e parentes dos heróis, que morreram nos escombros, narrando suas dores pela ausência de seus entes queridos, no cumprimento do dever, indicam a singeleza das fileiras militares. A ação desprendida do Sargento Marco Antonio, no resgate da enfermeira haitiana, mostrada quase em rede nacional, consagram a generosidade da nossa gente projetada naquela ilha-nação.

A atuação das Forças Armadas no Haiti, magistralmente apresentada na tela da televisão, é o cotidiano das suas tarefas anônimas. O Projeto Rondon, a Ação Cívico Social (ACiSo), o apoio de saúde nas Operações Ribeirinhas, através dos navios de assistência hospitalar (NASH), as Missões de Misericórdia, o fornecimento de água às populações do Polígono da Seca, a presença social dos Pelotões de Fronteira, a abertura e manutenção de estradas pelos Batalhões de Engenharia vêm a ser iniciativas herméticas, mas que causam lastros de gratidão a quem é atendido, forjando imagem positiva do Soldado Brasileiro, que jamais será maculada por aventureiros de reminiscências exóticas.

Vislumbrar a Cavalaria Templária, passando pela Ordem de Cristo, é entender o Exército Brasileiro. Ter o olhar para as intangíveis instalações da Escola de Sagres é identificar a capacidade criativa das Forças Armadas. Conhecer a vida ascética dos monges-guerreiros, no Palácio de Tomar, em Portugal, é perceber a mística militar do Brasil. De Guararapes, em 1648, à Real Academia Militar, criada pelo Príncipe-regente, Dom João, em 1810, confirma nossas Forças Armadas como regulares e não caudilhesca ou milicianas, de acordo com aqueles que querem transformar os Movimentos Sociais do Campo.

Diante disso tudo, jamais atitudes isoladas e maldosamente orquestradas irão induzir a população ir de encontro a uma Instituição Secular, principalmente quando partem de anões revanchistas.

A mão amiga, que se faz presente no Haiti, é o prolongamento do braço forte que não permitirá um golpe branco. O quieto leão, no seu canto, poderá aplicar uma tapa certeira no réptil peçonhento que agride as leis ambientais do seu habitat. Somente o imbecil cutuca onça com vara curta.

Os propalados porões da ditadura, provocados por uma instabilidade política da época, não oferecem o mesmo perigo à estabilidade democrática que alguns gabinetes ou salas de ambiência moderna de Brasília. Todavia, aqueles primeiros, por transmissão cultural da caserna, formam hoje o Gabinete de Crise que há de ordenar a vida social e a reconstrução do Haiti, mas que também tem habilidade em erradicar qualquer situação de ameaça à liberdade, se preciso for.

Por tudo isso, o momento é de união. A atuação do Brasil em Porto Príncipe impede a efervescência do rancor entre irmãos. O nosso destaque, na reunião do clima em Copenhague, não dá margem aos inoportunos e recalcitrantes ressentimentos do passado. A projeção do País como “Global Player” deve afastar ranços produzidos por “caducos” agarrados no Poder.

Da mesma forma que o nosso Exército está removendo escombros, em uma Ilha do Caribe, as ruínas mentais dos membros da Comissão da Verdade, situados em nosso território, devem ser dissipadas. Olhar a caverna escura da vida e vislumbrar silhuetas do passado é tornar virulento o nosso porvir. Descer à gruta existencial, para palpar as pontiagudas pedras dos caminhos acidentados da história significa renunciar a esperança da Nação.

Já ouvi de filósofos, poetas e religiosos que o Brasil tem uma predestinação. Chegam até a mencionar que o País é “o coração do mundo, pátria do evangelho”.

Que as ações de ajuda humanitária de todos os segmentos nacionais no Haiti sejam o apanágio da solidariedade do brasileiro, como resposta a quem ainda tem aversão à ordem, utilizando-se da pérfida caneta, para eliminar uma lei que apazigou a Nação.

Por este texto ser de única responsabilidade deste autor, e não externar a opinião de qualquer órgão a que pertenço, encerro aclamando.
 
Desenvolvimento, democracia e generosidade.

Viva o Brasil ! ! !

 
Antonio Celente Videira – Cel. Int. R1 Aer.


E-mail: acelente@gmail.com





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